Quarta-feira, 12 de Outubro de 2005

Palavras... por Luísa Coelho

Palavras uma vez ditas não têm retorno. As escritas então, vão durar uma eternidade. Por isso é bom se colocar no lugar de quem vai ouvir e dizer, dentro do possível, só aquilo que gostaria de escutar.

As palavras podem ser flores ou facas, depende da entonação ou intenção, não exactamente do que está sendo dito, mas da forma que vai tomando.

Palavras são donas de guerra ou de paz, de notícias felizes e de grandes tristezas. São nossa expressão e o que nos diferencia no reino animal, e de posse dessa informação aproveito a palavra ser humano, para verificar com exactidão o que quer dizer e o “Aurélio” explica que ser humano é relativo ao homem, humanitário, que por sua vez ama os seus semelhantes. Pois a palavra deveria ser essa expressão já que foi completamente inventada em várias línguas, podendo dizer o que quiser de várias formas, deveria ser amorosa e educada mesmo quando não fosse, sair devagar e pausada de forma a ser compreendida e não enganada.

A palavra pode estar velada pelo engano ou ser de tal sinceridade que detone uma guerra onde depois não existem culpados. Medir palavras com a métrica do equilíbrio não é garantia indolor, mas pode ser de bom resultado.

A palavra às vezes cabe melhor no silêncio, que é onde mora a prudência e o recato ou até uma dor que precisa de seu tempo calada. Feita só de letras, mas dotada de força impressionante nos exprime e as nossas ideias, que apesar de ficarem um pouco tolhidas pelo peso de serem ditas, dão forma aproximada daquilo que estamos querendo.

As palavras compram e vendem mesmo sem ser dinheiro. Elegem, corrompem, tornam-se depoimentos e matéria de disputa. Emprestam sentido dado por antigos donos a situações novas. Acusam, conciliam, enfim criam esse mundo apenas com letras que vão se entrelaçando e aquele que conta um conto aumenta um ponto e assim vão andando, descontroladas, quase donas da vida própria. Às vezes são de consolo, e é verdade que uma dor passa quando se tem as palavras correctas e viram remédio que cura.

Vem ainda acompanhada do movimento de corpo, o body language, que talvez por ser em inglês às vezes fique mal interpretado e aí a palavra dita fica irrecuperável diante do erro, em maus lençóis mesmo, falando uma coisa que quer dizer outra.

O facto é que antes de dizer qualquer coisa é bom um momento, uma medida, um olhar para dentro. Sair um pouco de si e escutar o que se tem a dizer ou escrever para que não se torne um engano e nem faça sofrer. Uma higiene da alma, digamos. Não precisa vir cheia de certeza nem duvidosa, vai depender do momento. Vai depender da intenção que pode durar mais, muito mais do que o tempo que estamos dispostos a conceder.

Luísa Coelho
publicado por Sandra Cardoso às 10:13

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2 comentários:
De joão a 17 de Outubro de 2005 às 01:43
Ahh peço desculpa, faltou o título..." Palavras...Por João Pires"
De joão a 17 de Outubro de 2005 às 01:33
Como sempre mto confuso...De quem não sabe, nem nunca saberá para onde quer ir...Hoje, pensa que sabe...depois dúvida...Depois volta a saber...Mas nunca a encontrar...Hoje, uns recortes dali...Amanhã de outro lado...Juntos dão uma confusão pegada...Hoje, com outro apelido...Amanhã sem nenhum...Hoje teve sorte...Amanhã pode ter azar...Mas o risco é a sua profissão...O POLO NORTE O SEU CORAÇÃO. Não conheço???...Claro que conheço...Quase congelei...Depressa descongelei...Hoje, vivo perto do sol...O tal que faltou aquecer durante tanto tempo...Não desejo mal ao gelo...Apenas que nunca mais me congele:))

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